Membros da comitiva que visitou a área rural do Estado na última semana destacaram a forma de atuação sindical em prol do produtor paranaense
Técnicos agrícolas e agrônomos vindos de sete países do continente africano visitaram a sede do Sindicato Rural de Tibagi, na última semana, para conhecer a forma de atuação sindical no Paraná. A vinda da missão ao Brasil é resultado do acordo internacional de cooperação firmado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores. A iniciativa prevê repasse de conhecimentos para os países africanos nas áreas de formação profissional rural, promoção social, segurança alimentar e desenvolvimento da agropecuária.
O grupo que esteve no sindicato foi recepcionado pelo presidente, Ivo Arnt Filho e pelos 12 membros da diretoria da entidade. Arnt destacou sua satisfação em ter o sindicato escolhido para receber a missão e em poder contribuir para melhorias na área rural africana. “Realizamos viagens técnicas a outros países e sempre somos bem acolhidos. Agora é nossa vez de retribuir, repassando nossas experiências positivas para eles. Acredito que em alguns anos, o continente africano poderá ser o novo eldorado da agricultura”, ressaltou.
Arnt explicou o funcionamento da entidade e apresentou as ações realizadas em prol do desenvolvimento do setor no município, como as viagens técnicas, ações de integração rural e dinâmicas sobre educação ambiental. Também falou das medidas de defesa dos direitos dos produtores e a gama de serviços à disposição do associado.
A organização e atuação do sistema sindical rural despertaram interesse entre os membros da comitiva. Jean Charles Faye, da Agência Nacional de Conselhos de Agricultura e Desenvolvimento Rural (ANCAR) do Senegal, revelou que em seu país há um sindicato nacional bem estruturado, que funciona de forma semelhante aos do Brasil. No entanto, ressaltou que não há instituições regionais com tanta representatividade. “Os comitês regionais que o sindicato nacional congrega não têm tanta força local”, explicou.
Arnt também falou à comitiva sobre a parceria entre o sindicato e o SENAR-PR na realização de cursos de capacitação. “O sindicato é como um braço para facilitar a aproximação do produtor com a formação profissional”, disse. O supervisor regional do SENAR-PR, Eduardo Gomes de Oliveira explicou o papel dos agentes de mobilização do sindicato nesse processo. “Eles fazem a ponte entre o produtor e o SENAR, ajudando a identificar as principais demandas na área rural por cursos de capacitação”. Na avaliação de Arnt, o SENAR-PR contribui para que o produtor alcance a qualidade máxima de seus produtos. “É uma faculdade a céu aberto”, definiu.
Ainda em Tibagi, os africanos visitaram a propriedade da família Arnt. A fazenda mantém ampla diversidade produtiva, com a criação de ovinos, para produção de carne e lã, gado de corte e cultivo de milho, soja, trigo, cevada e aveia para consumo humano. O grupo também foi ao Museu Histórico de Tibagi, para conhecer a história da extração de diamantes na região.
A missão chegou ao Paraná entre os dias 25 e 26 e setembro. Da capital, partiram para o interior do Estado, começando por Ponta Grossa, depois Castro, Tibagi, Londrina, Ibiporã e Nova Fátima. O encerramento da programação foi em Maringá, na sexta-feira (1º), onde visitaram uma usina de cana-de-açúcar e álcool e os cursos do SENAR-PR destinados ao desenvolvimento desse setor.
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