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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

E a cigana me enganou!



Quando leu minha mão naquela vez, disse que eu seria ainda muito famoso, mas até agora não sou! Garantiu-me riqueza infinita, e até hoje mato um leão por dia! Ela viu tudo, espalhando uma espécie de talco sobre minha mão para aumentar a nitidez dos detalhes do que as linhas dela estavam contando, e depois ainda saí pela rua com a mão branca como de um cadáver assustando aos amigos que cumprimentava e dando explicações do que se tratava. Todos riam de mim, menos eu que tive a coragem de nela acreditar. Também! Era bonita que ela só, de um sorriso tão simpático e carinhoso capaz até de deixar qualquer cliente apaixonado por seus olhos negros e brilhantes.



Mas ela me enganou!



Chegou até a dizer que no horóscopo meu signo estava errado, e quem um dia devia acreditar no signo anterior e no outro, no seguinte e nunca no que previa o meu signo. Fiz, e nada!



Hoje, até chego a sentir saudades do toque de suas mãos macias e bem cuidadas. Lindas mesmo!



Mas fazer o que?



Pelo menos sei hoje que naquela hora, ela me vendeu esperança, me fez acreditar no amanhã, inspirou meu coração de poeta.



Mas, aquela cigana me enganou! Ou não?



Pensando bem, estava esquecendo uma frase que me deu e disse que nada cobraria por ela. “Você vai ser feliz se quiser e souber!”



Será que a fama na estaria em poder me olhar ao espelho e acreditar em mim? E a riqueza não estaria quem sabe no meu dia a dia, sem medos da noite?



Ao que parece mesmo, nos recebemos as dicas da felicidade e as esquecemos, só pensando na fama e fortuna infinita!



E depois, a culpa é da cigana que nos enganou!





Antonio Jorge Rettenmaier, Escritor, Cronista e Palestrante. Visite nosso blog em www.ajorgespaceblog.com.br e mande seus comentários para ajrs010@gmail.com. Esta coluna está em mais de oitenta jornais no Brasil e Exterior.





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